Espírito guerreiro desde um barracão de zinco. "Dom Fernando Antonio Figueiredo veio aqui e disse para a comunidade: 'Como vocês são muito trabalhadores, uma família unida,vamos transformar esta comunidade em paróquia'. Aí eu disse: 'Mas nós não temos estrutura'. 'Não, mas assim que é bom', disse Dom Fernando, 'porque assim vocês vão construindo uma paróquia, e não uma igrejinha apenas'." Assim, com multirão de trabalho e mais de 16 mil blocos doados, começou a erguer-se um altar católico, no relato do paroquiano Francisco Diniz.

Na chegada do Jubileu de Prata da Diocese de Santo Amaro, em 2014, cerca de 30 paróquias no País homenageavam São Jorge, o jovem capitão do Exército Romano do início do século IV que subiu aos altares após desafiar o imperador Diocleciano e é sempre lembrado por um msito de fé, coragem e perseverança. A primeira capela do Estado foi a da Diocese de Santo Amaro, no ano 2000 - que por isso chegou a receber até peregrinos de outras cidades.

Como conta Diniz, "Tudo teve início na garagem do seu Adão e dona Ana. Ali, surgiu a comunidade, com o apoio dos Oblatos de Maria Imaculada, sobretudo do Padre Thomas Delaney. As missas ocorriam a cada 15 dias. Santa Luiza do Jardim Varginha era a matriz. Na época, era presidente da associação dos moradores do Jardim São Jorge e tínhamos como uma das nossas metas construir uma comunidade. Padre Thomas foi quem deu o nome, que já era do bairro. No início, cabia 25 pessoas na garagem. E dali saímos para um barracão de zinco."

Foi quando os católicos do bairro passaram a buscar um local mais apropriado para os ritos. "Aqui (onde se encontra o templo atual), era um terreno baldio, sem dono. Tiramos o mato, fizemos um mutirão e começamos a realizar festas, quermesses, missas. Logo, descobrimos que José Cury, da cidade de Garça, era o proprietário. Procuramos e ele nos deixou ficar. Só não podiamos fazer alvenaria. Fomos fazendo eventos e pagando o terreno", afirma Diniz.